Ser mulher é muito mais difícil do que nascer do sexo feminino, a sociedade soube, ao longo dos milhares de anos desde que deixamos de ser nômades (se não desde muito antes) como tornar difícil ser mulher, e esta mesma sociedade praticamente a culpa do que ela hoje é, onde por nossa prepotência masculina e pela força bruta com que a tratamos e a subjugamos, ao longo do tempo, não só politicamente, mas também culturalmente, e mesmo pelas catequeses místicas religiosas, além de pela dependência com que a educamos, mantivemos elas relegadas sob o julgo do nosso machismo, pela situação social que sempre a viu como algo de menor valor, e pela insensibilidade de não nos colocarmos no lugar delas. Se elas hoje começam a cada vez mais brilhar, que brilhem muito mais ainda, que elas sejam respeitadas e amadas, que elas sejam valorizadas e motivadas, que elas sejam independentes e inclusivas, que sejam humanas e sociais, que sejam livres e libertarias, que sejam seres humanos de primeira classe, que sejam donas de seu corpo, de suas vontades e de seus destinos, que possam assumir o que sentem e o que gostariam de ser, e que como todos deveriam ser, sejam elas também responsáveis pelo que fazem, pelo como fazem, e pelo que deixam de fazer.
