Por mais que alguém se ache sábio, culto, ou intelectualmente bem preparado, ninguém conhece seu caminho completo por antecedência. Somente durante a caminhada, durante a realização do nosso viver, na experimentação real do nosso viver, em plena complexidade da realidade possível a cada instante, podemos ir construindo ou desbravando picadas e trilhas na floresta do possível, e assim nosso caminho começa a ganhar formas. Não há destino, não há caminhos antecipados, apenas há, apenas existe, apenas realizamos o nosso caminho a cada momento presente que logo vira passado. Podemos “olhar” para “trás”, para o passado, e ver o caminho que trilhamos, mas este era tão somente um dos quase infinitos caminhos possíveis, e sobre os quais a complexidade ia sucumbindo, se aniquilando em uma única realidade presente, que para românticos, ingênuos e sonhadores, pode até parecer algo pré-determinado, quando era na verdade a sobreposição de múltiplas causas que se interferiam, que se influenciavam, que se convertiam por aniquilação, alteração ou reforço em uma única realidade experimentada a cada instante.